Nesta segunda-feira, 8 de janeiro de 2025, Brasília foi palco de uma cerimônia em defesa da democracia, marcando os dois anos dos atos golpistas ocorridos em 8 de janeiro de 2023. Durante o evento, 20 obras de arte vandalizadas naquela ocasião, foram oficialmente devolvidas ao acervo do Palácio do Planalto, após passarem por um rigoroso processo de restauração.

O Diretor-Presidente da Fundação Delfim Mendes Silveira (FDMS), César Dalmolin Bergoli, participou da cerimônia, ao lado da equipe da UFPel, destacando o papel da Fundação como parceira desse importante projeto. Ficamos honrados em contribuir para a realização desta iniciativa, que preserva nosso patrimônio cultural e fortalece a memória democrática do Brasil.

O projeto de recuperação das obras foi liderado por uma equipe da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), sob a coordenação das professoras Andrea Lacerda Bachettini e Karen Velleda Caldas, em parceria com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), que financiou os trabalhos. Para realizar a restauração, foi montado um laboratório temporário no próprio Palácio do Planalto, envolvendo 50 profissionais ao longo de um ano.

Além da devolução das peças ao Palácio, o evento marcou a inauguração da exposição “8 de Janeiro: Restauração e Democracia”, que apresenta registros detalhados do processo de recuperação das obras. Como parte do projeto, também foram produzidos um livro-arte e um documentário, lançados durante uma cerimônia na sede do Iphan.

Obras Restauradas e Devolvidas ao Palácio do Planalto:

  1. Ânfora italiana em cerâmica esmaltada
  2. Escultura O Flautista, de Bruno Giorgi
  3. Escultura Vênus Apocalíptica Fragmentando-se, de Marta Minujín
  4. Quadro Mulatas, de Emiliano Di Cavalcanti
  5. Retrato do Duque de Caxias, de Oswaldo Teixeira
  6. Galhos e Sombras, de Frans Krajcberg
  7. Fachada Colonial Rosa com Toalha
  8. Casarios, de Dario Mecatti
  9. Cena de Café, de Clóvis Graciano
  10. Paisagem, de Armando Viana
  11. Pinturas de Glênio Bianchetti (5 obras)
  12. Matriz e Grade no Primeiro Plano, de Ivan Marquetti
  13. Rosas e Brancos Suspensos, de José Paulo Moreira da Fonseca
  14. Cotstwold Town, de John Piper
  15. Tela de Grauben do Monte Lima
  16. Bird, de Martin Bradley

Esse evento representa um marco importante para o Brasil, reafirmando os valores da democracia e o compromisso com a preservação de seu patrimônio cultural. Para a UFPel, a participação neste projeto reforça sua posição como uma instituição de excelência e comprometida com iniciativas que transcendem os limites acadêmicos, contribuindo para a história e a identidade nacional.

Já para a Fundação Delfim Mendes Silveira, o sucesso desse trabalho é motivo de orgulho e reforça sua missão de apoiar projetos de relevância nacional, promovendo a ciência, a cultura e a memória coletiva. A cerimônia e a entrega das obras restauradas são um símbolo de superação e resiliência, demonstrando que, mesmo diante de momentos difíceis, é possível reconstruir e ressignificar, fortalecendo os pilares de uma sociedade democrática e plural.